quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Entre um alemão,um queniano e um japonês existem diferenças físicas que, evidentemente, não podem ser negadas, como a cor da pele, a estatura, o tipo de cabelo e o formato dos olhos.No entanto,querer demonstrar a existência de raças distintas e superiores-como insistiram e insistem os racistas do mundo inteiro-é hoje em dia algo praticamente impossível.Graças aos avanços da ciência, está comprovado que, na verdade, há uma identidade genética quase total entre todos os tipos humanos.

A prova científica disso foi anunciada ao mundo há cerca de pouco tempo, quando uma equipe de sete pesquisadores franceses,russos e norte-americanos,analisou 377 partes do DNA de 1.056 pessoas de 52 populações, no cinco continentes.O resultado demonstrou que cerca de 94% da diferença genética entre os seres humanos são encontrados nos indivíduos de um mesmo grupo e a diversidade entre as várias populações do mundo é responsável apenas por 3% a 5%.Conclusão:o genoma de um africano, dependendo do caso,pode ser mias semelhante ao de um norueguês do que ao de alguém da sua própria cidade.Segundo ainda a pesquisa, não existem genes exclusivos de uma população, nem grupos em que todos os indivíduos tenham a mesma variação genética.

Tendo em mente todas essas descobertas científicas, uma pergunta é fatal:como, afinal, surgiram tantas diferenças entre os grupos humanos?A resposta é mais simples do que se pode imaginar.

Durante o longo processo de evolução, até chegar à suaforma humana final,nossos ancestrais tiveram de se adaptar ás condições ambientais.Provavelmente há pouco menos de dois milhões de anos, como começaram a fazer longas caminhadas e tinham necessidade de esfriar o corpo, os homens acabaram perdendo os pêlos.Com isso, ficaram com o corpo expostto e as células produtoras de melanina se espalharam por toda a pele.A mudança na coloração da pele foi explicada, em 1991, por Nina Joblonski,antropóloga da academia de Ciências da Califórnia, dos Estados Unidos, que pessoas de pele clara expostas à forte luz do Sol tinham níveis muito baixos de folato, mais conhecido como ácido fólico.

A antropologa concluiu que, nos ambientes próximosà linha do Equador, a pele negra era uma boa forma de manter o nível de folato no corpo, garantindo assim a descendência sadia.

Para provar suas teorias a respeito de cor de pele,Nina Joblonski usou um satélite da Nasa e criou um mapa de padrões de radiação ultravioleta em nosso planeta, mostrando que, na verdade, o ser humano evoluiu com diferentes cores de pele para se adaptar aos diferentes meio ambientes.

Ao longo da história,o homem saiu da África e chegou à Ásia; de lá foi para a Oceania, a Europa e por fim para a América.Nas regiões menos ensolaradas, a pele negra começou a bloquear demais os raios ultravioleta, sabidamente nocivos mas essenciais para a formação d vitamina D, necessária para manter o sistema imunológico e desnvolver os ossos.Por isso, as populações que migraram para regiões menos ensolaradas desenvolveram uma pele mais clara para aumentar a absorção de raois ultravioleta.Portato, a diferença de coloração da pele, da mais clara até a mais escura, indica simplesmente que a evolução do homem procurou encontrar uma forma de regular nutrientes.

Ao se espalhar pelo mundo, os humanos só tinham uma arma para enfrentar uma grande variedade de ambientes:sua aparência.Assim, para suportar o calor excessivo, desenvolveram a altura, que ajuda a evaporar o suor.Isso aconteceu, por exemplo, com os quenianos.Já o cabelo encarapinhado ajudou a reter o suor no couro cabeludo e a resfriá-lo.O oposto vale para as populações das regiões mais frias do planeta:o corpo e a cabeça dos monóis tendem a ser arredondados para guardar calor; o nariz, pequeno para não congelar, tem narinas estreitas, que permitem o aquecimento do ar que chega aos pulmões;e os olhos são alongados e protegidos do vento por dobras de pele.

Geneticamente, cada um de nós é único, e sabemos disso porque podemos identificar perfeitamente um indivíduo por seu código genético.Mas, no que se refere a grupos, sabe-se que as desigualdades não escondem diferenças genéticas.As populações da África Central e da Papua-Nova Guiné, que são parecidas fisicamente porque viveram no mesmo tipo de meio ambiente, têm o patrimônio genético mais diferenciado no mundo.

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